The walking dead é uma produção original do AMC, baseada na história em quadrinhos escrita por Robert Kirkman e publicada pela Image Comics. A parceria do canal com a Fox International permitirá a execução de uma estratégia de lançamento que fará a série chegar gradualmente, ao longo de uma semana, a todos os mercados atingidos pela Fox — cerca de 120 países —, assim como acontece com a distribuição de blockbusters nos cinemas. No Brasil, a estreia está marcada para 2 de novembro, no canal Fox, às 22h.
A mais esperada série de toda a Fall Season caiu na rede faltando pouco mais de uma semana para seu lançamento mundial, e mostrou que toda a expectativa que rondava a nova produção da AMC valeu a pena. E muito!
A cena de abertura foi feita especificamente para mostrar o tipo de drama, ação e violência que a série pretende exibir. E devo dizer que cumpriu sua obrigação. Para aqueles de estômago fraco e emoção frágil, deve ter sido terrível ver Rick atirar na cabeça daquela pequena menina zumbi.
A verdade é que agora a única lei que impera sobre todos é a lei da selva: matar ou morrer. Apenas o mais forte sobrevive e ele não será, necessariamente, o mais inteligente.
O objetivo de The Walking Dead, já durante as histórias em quadrinhos, não era mostrar uma grande conspiração mundial onde algum novo tipo de vírus contaminou boa parte da população e agora um grupo de sobreviventes quer desvendar quem está por trás de todo o problema e salvar o mundo. O objetivo é justamente oposto: o certo grupo de sobreviventes quer salvar apenas a si mesmos, e quem mais quiser ser salvo que se junte a eles e lute por sua vida também. E a tal conspiração, se houver, ficará para depois.
Se pararmos para pensar, o segundo objetivo é muito mais real e lógico do que o primeiro, e mesmo sendo uma série sobre zumbis (que sempre foi tema de filmes-B e sinônimo de ridículo por alguns) tudo fica mais dramático e mais fácil de ser levado a sério com esse objetivo regendo toda a história. Os zumbis mesmo são apenas um McGuffin para The Walking Dead.
Um McGuffin, para aqueles que não sabem, é um “objeto” que coloca a história em movimento e que durante o desenvolvimento da história acaba sendo deixado de lado, e muitas vezes até esquecido ao final do filme.
Diferente de Lost (blerg!), essa série sim, é sobre pessoas e não sobre mistérios e/ou zumbis. Confesso que não li todas as edições das histórias em quadrinhos, mesmo porque a série tem 78 edições mas pelo pouco que li posso dizer que o que veremos nos próximos episódios serão pessoas afetadas psicologicamente diante de tanta pressão, tensão, medo e que precisarão mudar muitos de seus conceitos para continuar a viver.
Se você pretende ver a série achando que ela será o suprassumo do mistério, com uma trama engenhosa e intrigante amarrando os episódios, acredito que se decepcionará. Pois a princípio, para mim, a série será muito mais de episódios envolvidos em sub-arcos que sempre se renovam e onde o tema é o comportamento e a natureza humana do que um grande arco de série a ser resolvido em seu final.
É claro que eles precisarão acrescentar um objetivo mais “palpável” para o telespectador que com certeza se cansará de Rick e os outros sobreviventes se apenas correrem de um lado para o outro só para
fugir dos zumbis e não chegarem a lugar algum.Mas a AMC tem uma grande história em suas mãos, com liberdade para criar e deixar o telespectador mais interessado a cada semana, e espero que aproveitem bem essa oportunidade sem tirar o que a história original tem de melhor.
Esse primeiro episódio mostrou muito bem essa coisa da pressão psicológica que as personagens irão enfrentar daqui para frente, com Morgan que perdeu a esposa para o vírus zumbi, como exemplo. Mas além de mostrar a pressão psicológica, mostrou também o outro ponto desse tipo de história, e que também move a vontade das personagens de viver: a esperança.
Se você luta é porque tem a esperança de sobreviver, mas e a esperança de cura para as milhares de pessoas afetadas? Essa esperança existe, mas claro, fica em segundo plano. E tanto com a menina zumbi que estava à procura de seu ursinho, ou da esposa que sempre volta para casa, mostra que isso pode ser um assunto recorrente na série e, por que não, ser aquele “objetivo palpável” que eu disseque o telespectador precisará? Essas ações podem mostrar que ainda existe alguma chance da ação do vírus ser reversível… Para alguns.
Aquela história de Lori e Shane vai dar pano pra manga sim, e se tiver o mesmo desfecho que nos quadrinhos, será surpreendente e incrível! Aguardem…
A atuação de Andrew Lincoln como Rick foi muito boa também. Ele consegue passar para nós todas as emoções de sua personagem com louvor e até nos faz imaginar como seria se estivéssemos em seu lugar e sentir tais emoções.
Com Breaking Bad fora de jogada esse ano e se os votantes do Emmy não tiverem preconceito (e lembrarem que Frank Drabond está por trás da série), acredito que The Walking Dead não só será indicada em um grande número de categorias, como levará boa parte delas. Mas ainda assim, nessa temporada a “escolha segura” será provavelmente Boardwalk Empire. Sabe como é, né? Scorsese, mais Terence Winter, mais história americana, HBO…
Ganhando prêmios ou não, os zumbis chegaram, e chegaram para ficar. Talvez sejam os novos vampiros, daqui a pouco alguns começam a brilhar no sol e se apaixonar, mas até lá, lembrem-se: Mirem na cabeça, e não errem!
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